domingo, 2 de setembro de 2007

Da série "Apertem os Cintos" - Atrações em Acre


Após o domínio cruzado, Acre acabou destruída pelas tropas árabes em 1219. O que se vê hoje é em grande parte uma cidade turca do século XVIII, erguida sobre ruínas. As robustas muralhas são reconstruções daquelas originalmente feitas pelos cruzados, das quais ainda se podem ver alguns fragmentos. As estreitas ruas no interior das muralhas desembocam em grandes pátios de mercadores, chamados de khans. Os khans não tem mais fins comerciais, mas Acre ainda conta com um animado souk (mercado aberto), no qual se vendem frutas e verduras, além de itens de uso doméstico.

Uma das atrações da cidade de Acre é a mesquita de El-Jazzar, que leva o nome do soberano que governou a cidade para os otomanos. O pátio da mesquita abriga colunas das ruínas romanas de Cesaréia e, ao centro, destaca-se uma pequena e elegante fonte, usada nas abluções. Dentro da mesquita estão os sarcófagos de El-Jazzar e de seu filho, e embaixo encontram-se os restos de uma igreja cruzada que El-Jazzar mandou transformar em cisterna para armazenar água da chuva.

Os governantes otomanos reconstruíram Acre sobre as ruínas da cidade erguida pelos cruzados. O nível das ruas da era dos cristãos fica a cerca de 8 m abaixo do nível atual. Parte do local foi escavado, e revelou-se um subterrâneo rico em exemplos de ruas e construções dos séculos XII e XIII. Ali encontramos saguões em estilo gótico. A partir das câmaras, estreitas passagens levam a um grande refeitório com enormes colunas. Em dois cantos podem-se distinguir desenhos entalhados de flor-de-lis (da época em que Luis VII da França morou em Acre). Outro célebre visitante de Acre, o esplorador Marco Pólo, talvez tenha jantado nesse local. Abaixo do refeitório há uma claustrofóbica rede de passagens subterrâneas que levam a uma área chamada El-Bosta (do termo árabe que designa “correios”, finalidade dada pelos árabes para esse local). Uma série de colunas divide o espaço em seis partes e acredita-se que aqui funcionava a enfermaria dos cruzados.

Há ainda o Museu dos Prisioneiros que registra os fatos da prisão de ativistas judeus e prisioneiros políticos durante a época do protetorado britânico.

O Museu Municipal não é apenas um museu, mas uma casa de banhos turca que remonta a 1780 e ao reinado de El-Jazzar (daí o nome alternativo de Hammam el-Pasha, que significa “casa de banhos do governador”). O local esteve em uso até cerca de 1940 e encontra-se em bom estado. As paredes e o piso são feitos de painéis de mármore colorido, e a fonte da “sala fria” (onde os fregueses relaxavam após o banho) conserva muitos dos adornos em cerâmica maiólica.

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