As portas de entrada das casas, naquela época, eram diferentes variando muito de uma casa para outra, assim como acontece hoje. Em sua maior parte, as portas eram pequenas e estreitas. Em vez de dobradiças, elas eram presas a um encaixe de pedra, onde giravam com facilidade. É possível que na zona rural as portas fossem deixadas constantemente abertas. O homem da cidade, porém, já era um pouco mais cauteloso. Para os hebreus, a porta tinha uma impórtância espiritual muito grande. A soleira era de pedra, e considerada sagrada. Durante a Páscoa passava-se sangue nela, para relembrar a ocasião em que tinham sido milagrosamente libertos do cativeiro no Egito, em decorrência das dez pragas. Afixado na ombreira das portas, havia o mezuzá, que consistia em um tubo de metal ou de uma caixinha de madeira, dentro do qual era guardado um pergaminho contendo um texto de Deuteronômio 6.4-9, o Shema, ou credo. Hoje em dia ainda há escribas que fazem esses pergaminhos seguindo instruções especiais para isso. O pergaminho era enrolado, de forma a que, colocado no estojo, o termo hebraico que significa "Todo-Poderoso" ficasse à vista, através de um orifício que havia na caixa.
Muitas vezes, quando um israelita saía ou entrava em casa, beijava os próprios dedos, e em seguida tocava o mezuzá. Esse cartucho na porta tinha vários propósitos: era um testemunho de fé para os vizinhos, um sinal de que o morador cria na proteção de Deus, e um lembrete da história do povo de Israel.
Geralmente eles não trancavam as portas, mas poderiam fazê-lo, se assim o desejassem, e para isso utilizavam imensas chaves de madeira. E embora as chaves fossem bem grandes, alguns costumavam carregá-las penduradas no pescoço. Outra forma de trancar a porta era passar uma barra de madeira por dentro.
Na próxima semana : O assoalho
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