Em fins do período do Segundo Templo o sectarismo com seu acompanhamento de rivalidades e antagonismos se ampliava. Josefo lista três seitas principais: os fariseus, os saduceus e os essênios. Além destes havia os zelotes, que não constituíam uma seita religiosa mas mantinham pontos de vista nacionalistas e religiosos também adotados por alguns fariseus e essênios. Conhecemos principalmente os fariseus através da Lei Oral que foi entregue e registrada durante os séculos I e II d.C. Sabemos um pouco mais sobre os essênios em virtude de descobertas contemporâneas feitas no deserto da Judéia em fins dos anos 50 e 60. Os essênios aparentemente desenvolveram o seu credo e ensinamentos nos dias dos asmoneus. Durante o reinado de Alexandre Janeu, eles se isolaram do resto da população; inúmeros adeptos e seu líder, possivelmente o fundador da seita “Mestre da Justiça”, se refugiaram voluntariamente no deserto da Judéia. Por habitarem no deserto, com suas inspirações messiânicas, os essênios se isolaram do mundo que os rodeava e se dedicaram a uma existência básica e ascética. Alguns membros da seita permaneceram em várias cidades e povoados. Parte dos seus escritos sobreviveu até hoje devido ao clima seco do deserto. Com base nesses rolos podemos deduzir muita coisa sobre seu estilo de vida e cultura. O termo “essênios” se refere a várias seitas e ramos diferentes e os próprios eruditos diferem quanto a todos os documentos encontrados nas cavernas do deserto da Judéia pertencerem aos essênios. Ao que parece, pelo menos parte deles pertencia aos fariseus; alguns dos grupos essênios eram de fato muito similares aos dos fariseus.
Em termos gerais, os essênios não davam grande importância à lei oral. Seus ensinos continham realmente adendos e interpretações da lei escrita, mas nada nesses escritos indica a crença de que seus líderes tivessem autoridade para interpretar ou mudar a divina escritura.
A seita dos essênios era de natureza messiânica e sua crença fervorosa na vinda do Messias é evidenciada em diversos escritos. No começo o messianismo deles era ativo e político, tornando-se mais tarde menos estridente. Na revolta contra Roma os essênios se juntaram aos rebeldes e, como resultado, seus centros (Khirbet Cunrã) no deserto da Judéia foram destruídos pelos romanos.
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